A edição 2002 do Festival Sudoeste prometia fortes emoções para todos, com uma grande diversidade sonora, abrangendo áreas como o rock, downtempo, techno e música clássica.

O concerto dos Rinôçérôse, no primeiro dia do festival, confirmou o que havíamos já referido no Meco - têm uma enorme presença em palco e conseguem transpor para o público energia que parece faltar nas produções em estúdio. Outro grande sucesso na Zambujeira.

O 2º dia prometia sonoridades mais dançantes, com os Thievery e os Chemical Brothers a assumirem o estatuto de estrelas. No entanto, em nossa opinião, o grande momento da noite (ou dia, ainda havia sol na altura) terá sido Rodrigo Leão, que demonstrou a sua enorme versatilidade e mestria adicionando ritmos quentes e dançantes ao seu reportório predominantemente clássico. Um concerto verdadeiramente mágico, que impressionou vivamente os poucos que não tiveram medo da diferente sonoridade de Leão.

Os Thievery confirmaram também aquilo que deles dissemos no Meco - são um colectivo muito fraco nas actuações em público, essencialmente devido ao facto de todo o seu som ser samplado, logo tornando difícil a sequenciação improvisada em palco. De facto, o concerto foi quase uma audição ao ar livre do seu último álbum The Mirror Conspiracy, não tendo o duo sequer contemplado o muito público com algumas amostras do seu próximo (e fraco) álbum The Richest Man In Babylon. O povo merecia muito mais.

Os Air prestaram uma actuação interessante, com sonoridades introspectivas e um tom muito intimista que conseguiu prender o público afecto aos rockeiros Black Rebel Motorcycle Club. Um bom concerto, pecando apenas talvez por ser excessivamente "calmo".

A fechar a noite, os esperados Chemical Brothers apresentaram uma miscelânea de sons abrangendo o techno, trance e até o rock, por vezes. Recinto cheio e público extremamente agradado - um sucesso.

No 3º dia, há apenas a salientar a magnífica prestação dos Orishas, um colectivo de cubanos residente em Paris, e que apresenta uma interessante fusão entre o hip-hop urbano francês e os sons quentes latinos. Goste-se ou não, a verdade é que colocaram em delírio os mais de 25 mil espectadores. Peter Murphy também esteve ao seu melhor, com um concerto cheio de mistério e charme.

No geral, o festival constituiu uma verdadeira festa de 3 dias, com 2 tendas de suporte ao palco onde nos podíamos por vezes refugiar das "rockadas"...Com especial destaque para a tenda Oxigénio, onde Joseph Arthur e Rui Vargas estiveram, como sempre, em grande.

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