Nunca antes em Portugal tinha ocorrido um evento de música electrónica desta envergadura, não só pela grande variedade de estilos em exibição, como também pelo excelente cartaz, sendo de salientar deste nomes como Matthew Herbert (com o novo álbum "Bodily Functions" acabado de sair), Luke Vibert ou os Thievery Corporation (que já haviam estado entre nós). A expectativa era, por isso, grande. Em
traços gerais, a música foi dividida em 5 espaços:
Palco Optimus e Tendas Zoom, Top, Livre e Mix. O Palco Optimus, centro
do evento, espaço dedicado a concertos e sets dos cabeças
de cartaz. Aqui passaram os Alpha, The Orb, Thievery Corporation, Howie
B, The Gift e Herbert. Os Alpha apresentaram o seu novo álbum
"The Impossible Thrill" aos portugueses, pautando a sua exibição
pelo seu habitual som melancólico. Os The Orb, por seu turno,
trouxeram muita força de percussão na bagagem e apresentaram-se
com um estilo de techno muito "dark-core". Deram-se os primeiros
pulos da noite. A Tenda Zoom serviu para albergar os sets do pessoal do "electro", como Luke Vibert, Strictly Kev (do excelente projecto DJ Food), Ollie Teeba (do projecto Herbalizer), os Dynamic Syncopation ou Isolée. Luke Vibert era um dos cabeças de cartaz e não deixou o seu estatuto por mãos alheias, com um set centrado em sons do seu projecto Wagon Christ, melodias electrizantes com um pulsar muito forte. Já Strictly Kev enveredou por um "breakbeat" mais rico em influências brasileiras, fazendo lembrar por vezes Kruder & Dorfmeister. Ollie Teeba pautou-se por um "set" algo decepcioante, que somado ao concerto de Thievery Corporation, originou uma debandada da Tenda Zoom. Tenda essa que só voltaria a encher cerca das 7 da manhã, com o fantástico "set" de Isolée, a surpresa mais agradável do festival. Este alemãotem uma carreira relativamente recente, tendo o seu primeiro sucesso surgido com o álbum "Rest". O seu som robótico, misturado com uma batida extremamente original, que utiliza sons insuspeitos como marca-ritmo, levou ao delírio os ainda muitos resistentes na Tenda Zoom. Na Tenda Top, dedicada ao "techno" em geral, os "sets" de Rui Vargas, Paul Daley (dos Leftfield), Kenny "Dope" Gonzales, DJ Vibe e DJ Jiggy estiveram em evidência. A Tenda Livre, vocacionada para o trance psicadélico, esteve sempre muito composta e animada. O maior fiasco do festival foi a Tenda Mix, onde os DJ's da conhecida rádio não conseguiram atrair o público e onde um dos mais ansiados concertos da noite, o dos Minus 8, foi cancelado sem razão aparente. Contas feitas, o saldo deste primeiro optimushype@meco é extremamente positivo, e é de lamentar a fraca cobertura dos media a este evento, que franqueia as portas a outros do género em Portugal. Esperemos que assim seja. |
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