Senhores
de um estilo muito próprio, os BoC representam um fusão
muito bem conseguida entre o pulsar da electrónica e a frescura
do ambiente. Esta amálgama de sons cria uma paisagem bucólica,
etilizada, como um dia solarengo no campo. O ouvinte é rapidamente
inebriado por um autêntico rio de emoções que corre
do hi-fi.
Music Has The Right To Children não foge a esta regra, com a
particularidade de este álbum ter sido concebido com uma aura
de nostalgia e infantilidade quase puras. Estes elementos são
facilmente distinguíveis, quer pelo constante utilizar de samples
de voz de criança, quer pelas melodias alegres e ritmadas (sem
perder, no entanto, a sua propriedade etérea). A adicionar a
isto note-se ainda a presença de elementos funk e electro-pop
dos anos 70, criando um som ao mesmo tempo "retro-style" e
moderníssimo.
Alguns momentos do álbum são verdadeiramente de antologia.
Que dizer da fantástica sequência que serve de estrutura
a "Happy Cycling"? Ou ainda essa verdadeira obra-prima que
é "Roygbiv"?
O álbum é incrivelmente fluído, com as músicas
de mais de 2 minutos a destacarem-se, funcionando as outras como elementos
de ligação que atribuem ao conjunto um aspecto muito sólido.
Todas estas propriedades compõem um álbum que é
um pouco como o vinho do Porto. É que de cada vez que as ouço,
descubro novos elementos que vão completando a minha experimentação
deste álbum, e acrescentando pontos à impressão
que trago dele.
Nota
8 de 10
Warp
Records/Skam Records
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