Senõr Coconut - El Baile alemán(2001) |
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O
desafio era grande: um álbum dedicado a evocar velhas glórias
dos essenciais Kraftwerk, mas com um glacé completamente novo;
merengue e cha cha cha no lugar da electrónica. É fácil
tomarmos esta peça por mais uma invenção das editoras
para ganhar mais uns trocos à custa de obras que, comercialmente
falando, se encontram já na "pré-história"
ou, lembrando antigas críticas do Colectivo, "álbuns
para encher chouriço".
Sabendo, no entanto, que o nome por detrás deste projecto é Atom Heart, adquirimos outra perspectiva: este prolífico génio da electrónica tem o estofo necessário para conseguir levar este barco a bom porto sem prestar um mau serviço aos originais. Por outro lado, a música é de facto interessante, e é notória a intenção de criar um lado mais "leve" da música dos Kraftwerk sem fazer pouco do seu trabalho. A primeira curiosidade na audição é a verificação de que as músicas são reproduzidas no contexto nota-a-nota, não havendo mais que um acelerar do "pitch" em 1 ou 2 músicas. A verdadeira novidade está na instrumentalização, onde os frios sons mecânicos foram brilhantemente substituídos por vibrafones, maracas e buzinas, criando uma fantástica envolvência orgânica. Outro pormenor interessante é a percepção de que as obras dos Kraftwerk conseguem adaptar-se a todo o tipo de sonoridades, brilhando com - um verdadeiro tributo à sua capacidade de composição. "Autobahn", "Tour De France", "Showroom Dummies" ou "Homecomputer" constituem algumas das peças redesenhadas por Señor Coconut, num álbum que em nada fica a dever aos originais, e até constitui um excelente memorial ao génio dos pais da música electrónica. Leve e divertido, embora por vezes um pouco "bimbo", é uma obra a não perder. Nota 7 de 10 Emperor
Norton
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